Área do Cliente
Login Cordilheira
MENU CONTADOR
Notícias
voltarJuros mais altos já atingem consumidores brasileiros
Na esteira da trajetória de alta da Selic, os juros ao consumidor no sistema financeiro voltaram a subir no mês passado.
Na esteira da trajetória de alta da Selic, os juros ao consumidor no sistema financeiro voltaram a subir no mês passado. Segundo números divulgados ontem pelo Banco Central, a taxa paga pelas pessoas físicas aumentou um ponto percentual, de 27,2% em outubro para 28,2% em novembro.
Com o encarecimento do crédito no país, a taxa do cheque especial, que estava em 128,2% ao ano, aumentou para 129,6%, a maior desde setembro. Os juros do crédito pessoal atingiram 84,4%, o maior nível desde abril, quando a taxa ficou em 88,5%.
Para quem continua recorrendo sistema rotativo no pagamento do cartão de crédito, o custo está ainda maior. A taxa subiu de 343,5% para 346,1% ao ano, a mais elevada desde agosto de 2017 (392,3%).
Para pessoas físicas e jurídicas, a taxa média de juros bancários chegou a 34,1% ao ano em novembro, o maior patamar desde novembro de 2019, quando atingiu 35,55%. Em outubro, o percentual estava em 32,7%. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa básica de juros de 7,75% para 9,25% no início deste mês. Foi o sétimo aumento consecutivo da Selic, cujo ciclo de alta começou em abril deste ano. O grande temor da autoridade monetária é o crescimento da inflação, que já alcança dois dígitos, enquanto a meta oficial é de 3,75%, com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo.
Já os juros do empréstimo consignado, que oferece um risco menor pelo fato de a parcela ser descontada diretamente do salário do servidor, ficaram em 18,4%, os mais altos desde março do ano passado, quando atingiram 18,8%. No caso dos trabalhadores do setor privado, houve um aumento de 32,4% para 32,9% ao ano, o maior percentual desde fevereiro do ano passado (33,9%).
Segundo o BC, apesar do cenário, a taxa de inadimplência não sofreu alteração. O índice se manteve em 3% e 2,3%, para pessoas jurídicas e físicas, respectivamente.
Impacto da pandemia
A pandemia afetou a condição financeira e teve impacto no endividamento de 64% dos brasileiros, de acordo com pesquisa Serasa, divulgada em outubro. E o cartão de crédito foi o vilão da maioria: 53% o apontaram como a principal dívida.
A enfermeira A.L., de 41 anos, era parte do grupo de 63,4 milhões de brasileiros inadimplentes em outubro, quando a Serasa apontou o maior índice registrado desde julho de 2020 (63,5 milhões). Em outubro, o número de dívidas no país cresceu 2,31% em relação ao mês anterior, para 213.268 milhões. Já o volume total das dívidas no Brasil cresceu 3,37% em relação a setembro, atingindo R$ 253,65 bilhões.
A.L. tem três contas atrasadas, no total de R$ 10 mil, mas, com os juros, a dívida já soma R$ 12.100. Uma é a do cartão de crédito, que já dura três anos. As outras duas atrasaram na pandemia.
— Não tenho carteira assinada. Tive Covid em março deste ano e, como fiquei sem trabalhar, não recebi. Desorganizou todas as minhas finanças. Deixei de pagar por dois meses um financiamento e o cheque especial. O financiamento eu tinha pego para quitar o plano de saúde em atraso. E no cheque especial eu entrei com gastos para o meu casamento — conta ela. — Agora estou tentando renegociar com as instituições para fugir desses juros exorbitantes.