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voltarBC vê evolução mais positiva do que a esperada na economia brasileira
Ata do Copom diz que apesar de a força da 2ª onda da covid-19, aos poucos atividade econômica deve retornar à normalidade
A ata do Copom (Comitê de Política Monetária) divulgada nesta terça-feira (11), pelo BC (Banco Central), aponta uma evolução mais positiva do que a esperada da economia brasileira, mesmo com a intensidade da segunda onda da pandemia gerada pela covid-19.
No documento, o BC afirma que "os indicadores recentes mostram uma evolução mais positiva do que a esperada e que a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia ainda permanece acima da usual, mas aos poucos deve ir retornando à normalidade".
Para o Comitê, o segundo semestre do ano deve mostrar uma retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente.
E destaca que "embora a ociosidade como um todo evolua para retornar ao nível do fim de 2019 nos próximos trimestres, a pandemia produziu efeitos heterogêneos sobre os setores econômicos".
Enquanto o setor de bens opera com baixa ociosidade, o setor de serviços mostra dificuldades para se recuperar.
O Copom avalia que os dados de atividade e do mercado de trabalho formal sugerem que a ociosidade da economia como um todo se reduziu mais rapidamente que o previsto, apesar de o aumento da taxa do desemprego.
Selic
O Comitê ponderou que os riscos fiscais de curto prazo seguem elevados, implicando um viés de alta nessas projeções, e justifica a alta na Selic (Taxa Básica de Juros) em 0,75 ponto percentual.
O Copom considerou, ainda, que na próxima reunião seria adequado outro ajuste da mesma magnitude, caso não haja mudança nos condicionantes de inflação.
E observou que elevações de juros subsequentes, sem interrupção, até o patamar considerado neutro implicam em projeções consideravelmente abaixo da meta de inflação no horizonte relevante.
Também reafirmou que "essa visão para as próximas reuniões pode ser alterada caso haja mudança nas projeções de inflação ou no balanço de riscos, uma vez que a decisão continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, e das projeções e expectativas de inflação".
Inflação
Mesmo com a análise positiva dos analistas, a ata do Copom pontua que "as diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se no topo do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação".
E destaca que "as expectativas de inflação para 2021, 2022 e 2023 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 5,0%, 3,6% e 3,25%, respectivamente".
Mercado externo
Sobre o mercado externo, a ata do Copom destaca que com exceção do petróleo, os preços internacionais das commodities continuaram em elevação, com impacto sobre as projeções de preços de alimentos e bens industriais.
E que a transição para patamares mais elevados de bandeira tarifária de energia elétrica deve manter a inflação pressionada no curto prazo.
"O Comitê mantém o diagnóstico de que os choques atuais são temporários, mas segue atento à sua evolução."
Com relação ao ambiente internacional, o Comitê avaliou que os avanços na implementação dos programas de imunização contra a covid-19, os novos estímulos fiscais em alguns países desenvolvidos e a comunicação dos bancos centrais das principais economias de que os estímulos monetários terão longa duração devem implicar crescimento econômico robusto durante o ano.
Contudo, a discussão sobre “reflação”, em particular sobre o risco de um aumento duradouro da inflação nos Estados Unidos, poderia tornar o ambiente para as economias emergentes mais desafiador.
Juros
No cenário básico, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de R$ 5,40/US$ 2, e evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC), as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 5,1% para 2021 e 3,4% para 2022.
Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 5,50% ao ano neste ano e para 6,25% ao ano em 2022. Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 8,4% para 2021 e 5,0% para 2022.
O cenário básico do Copom para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções.
Por um lado, o processo de recuperação econômica dos efeitos da pandemia pode ser mais lento do que o estimado, produzindo trajetória de inflação abaixo do esperado.
Por outro lado, novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal do país, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem pressionar ainda mais os prêmios de risco do país.
O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.
O Copom passou à discussão da implementação da política monetária, considerando não somente o cenário básico como também o balanço de riscos para a inflação.
De acordo com o cenário básico, que utiliza a trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus, as projeções de inflação estão levemente inferiores à meta para 2022.